De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
.
Onde encontrar:
Onde encontrar:
MORAES, Vinícius. Antologia Poética. Rio de Janeiro, 2ª ed. aumentada. Editora do Autor, 1960
Fotografia: NaBettiello - Banco da Praça - Vl. Leopoldina - SP - Parque do Aroupati
Nenhum comentário:
Postar um comentário